Tiago Leifert desabafa sobre manchetes de cancelamento nas redes sociais: “Eu acho uma vergonha”

Tiago diz que manchetes assassinam o bom jornalismo, matemática, estatística e o bom senso

Tiago Leifert (Foto: Reprodução/Instagram)

O apresentador Tiago Leifert fez um desabafo sobre algumas manchetes de ‘cancelamento’ nas redes sociais, que são tiradas através de hashtag no Twitter, onde os internautas levantam um determinado assunto expressando as suas opiniões. Em post no Instagram, nesta quarta-feira (15), Tiago Leifert afirma que essas manchetes de alguns portais assassinam o bom jornalismo, vão contra a matemática, estatística e o bom senso.

“Olá, hoje eu gostaria de conversar com vocês sobre algo que não está acontecendo comigo hoje, mas já aconteceu com muita frequência, aconteceu quase sempre. Tá acontecendo com outras pessoas. Então, eu acho, como não tá acontecendo comigo hoje é uma boa oportunidade de conversar a respeito. Que é quando aparecem manchetes em todos os lugares tipo assim: ‘Web detona não sei quem’. ‘Internautas pedem não sei o que lá’. ‘Twitter diz não sei o que’. Esse tipo de manchete tem um problema gravíssimo que é, além de assassinar o bom jornalismo, ele assassina também a matemática, a estatística e o bom senso”

Tiago Leifert recomenda que as pessoas sempre duvidem dessas manchetes sobre ‘cancelamento’ de alguém em determinada área da sociedade, pois segundo o apresentador essas matérias são totalmente contrárias as estatísticas já que levam em consideração apenas um parcela de opiniões sobre um determinado assunto.

“Você entra no Twitter e tem 60 mil Twitter, falando mal de alguém: ‘cala a boca fulano’, por exemplo. Se tem 12 milhões de usuários, 60 mil Twitters, digamos que são 60 mil pessoas, já tô chutando alto, não são. Não é nada! É menos de 1%. Como é que pode isso virar uma manchete num site grande, num portal enorme ou então em alguma arroba no Instagram que tem milhões de seguidores. Como é que eles podem pegar 60 mil Twitters, que equivalem a menos de 1% do universo e transformar aquilo em: ‘internautas pedem não sei o que’. Para ‘internautas pedem não sei o que’, se fosse no Twitter precisa de pelo menos de 6 milhões mais um. A metade mais um, aí você pode começar a pensar que talvez mais da metade das pessoas pensem aquilo”

Após citar um exemplo escolar, Tiago Leifert afirma que as manchetes dos grandes portais são completamente injustas porque não levam em consideração a grande massa de pessoas, mas sim aproveitam uma pequena parcela de comentários sobre um determinado assunto para se criar uma certa ficção. Inclusive, Tiago Leifert cita o exemplo das pesquisas eleitorais, que mesmo com um tratamento estatístico ainda pisam na bola algumas vezes.

“É o equivalente a chegar no seu trabalho, na sua sala de aula e tem 1 pessoa que não gosta de você e o resto é neutro e positivo. Na sua escola um aluno não gosta de você, os outros 99 são neutros e positivos e aí alguém fala: ‘todo mundo detesta o fulano lá’. É justo? Tá certo? É correto fazer manchete assim? Eu acho que não! Quando tem uma pesquisa séria com um valor científico, os caras vão lá e entrevista 3 mil pessoas, extrapolam aquele número, mesmo assim tem margem de erro pra mais ou pra menos e ainda assim eles erram muito. A gente viu nas últimas eleições, não só no Brasil, mas em várias, o quanto teve de erro. Aí porque um jornalista acha que pegando uma hashtag ele pode dizer que milhões de pessoas detestam alguém, que milhões de pessoas estão cancelando alguém. É simplesmente estatisticamente e matematicamente errado”

Dessa forma, Tiago Leifert reforça o pedido para as pessoas desconfiarem dessas manchetes e afirma que dentro dessas hashtags estão comentários diversos, sendo que muitos deles é defendendo o acusado.

“Não acredite em nenhuma manchete baseada em hashtag, desconfie sempre. Até porque, se você tiver essa curiosidade de clicar em qualquer hashtag falando mal de alguém. Você vai ver lá pessoas defendendo o acusado e usando a hashtag, um monte de robozinho, um monte de fake e um monte de gente que se aproveita da hashtag pra colocar algum vídeo que ela quer que apareça. Então, ela coloca lá todas as hashtags do dia e o videozinho que ela gostaria que os outros vissem, um vídeo clipe. Então assim, mesmo aqueles 60 mil não tem valor nenhum e se fossem 60 mil pessoas, era menos de 1% do total. Como é que pode alguém extrapolar esses números a ponto de dizer que: ‘internautas’, todos estão achando a mesma coisa. Eu acho vergonhoso quem faz isso. Eu acho uma vergonha pros portais e acho uma vergonha para as arrobas aqui do Instagram que adoram ficar cancelando os outros baseado em hashtag. Diz muito mais sobre quem escreve. O cara talvez tenha essa opinião, ele vai lá, digita meia dúzia de palavras chave, acha dez pessoas que concordam com ele, ‘internautas não sei o que’, ‘Twitter não sei o que lá’. Tá errado, tá gente! Bem errado! Prestem atenção nisso!”

Conheça o autor do artigo:
: As últimas notícias de todas as celebridades na ponta do seus dedos, para você ler, curtir, compartilhar e amar. Dicas para você ficar sempre por dentro.
veja todos os artigos
artigos relacionados Leia também:
especial
Os melhores cartões de 2024 Conteúdo desenvolvido por especialistas em crédito