Fábio Assunção vai ao velório da menina Ágatha no Complexo do Alemão e desabafa: “Guerra inútil”

Ator afirma que sociedade deve repensar conceitos sobre as pessoas mais humildes

Fábio Assunção (Foto: Reprodução/Instagram)

O ator Fábio Assunção marcou presença no velório da menina, Ágatha, de 8 anos, que aconteceu no Rio. A criança morreu na última sexta-feira após ser atingida por um tiro enquanto estava em uma Kombi com o avô no Complexo do Alemão (RJ). O velório da menina ocorreu no último domingo (22) e foi marcado por uma grande comoção dos populares que ficaram revoltados com o acontecido. Fábio Assunção seguiu em passeata pelas ruas do Rio de Janeiro ao lado dos demais populares.

Após participar do velório da criança, Fábio Assunção postou um vídeo emocionante no seu Instagram e desabafou sobre o ocorrido na legenda. O ator afirma que independente de como outras pessoas pensam, vai continuar defendendo o que ele acredita. Assim, Fábio Assunção crê que a sociedade deve se unir para que assim a alegria se estabeleça, mas para isso é necessário mudar a forma de pensar.

“Sei o que pensa uma parte da população. E venho aqui de novo dar minha cara a tapa. Mas, independentemente do que pensa esse grupo que enaltece a morte, eu sinto amor e estive no Alemão hoje. Solidário, empático com a dor coletiva e marcando a posição que acredito. Que é a urgência em nos reconhecermos entre aqueles de quem aprendemos manter distância. Aprendemos que os pobres são perdedores, que os pretos são perigosos e que os ricos venceram. Será que não conseguiremos romper essa educação colonial e entender agora que somente o coletivo, a soma e a diversidade podem nos trazer alegria??”

Fábio Assunção revela que observou de perto a realidade da comunidade enquanto estava na passeata. O ator levanta um questionamento sobre o direito a vida das pessoas mais pobres. Além disso, Fábio Assunção afirma que o Rio de Janeiro vive uma verdadeira guerra, onde cidadãos inocentes perdem a vida.

“Hoje caminhando ali percebi que tinha pouca gente no cortejo. Percorri as ruas com moradores e moradoras chorando ou em silêncio. Existiam ali amor e tristeza. Ruas cheias de buracos, casas sem fachada, obras paradas, esgoto a céu aberto. O morador da periferia e da comunidade não merece viver? Está ali apenas para servir às classes que herdaram algo ou aos que tiveram chance de conquistar uma moradia silenciosa, aos que não dormem ao som dos tiroteios? Agatha tinha 8 anos. Uma criança de 8 anos ainda é pura, ainda está na categoria de anjo, na minha percepção. Minha filha tem 8. Meu filho já teve. Essa guerra em vigor é uma guerra inútil, onde todos perdem. Todos. Policiais em serviço morrem. Cidadãos de bem morrem. Crianças morrem. Quem teve a sorte de não estar na linha de tiro pode se posicionar também”

Fábio Assunção finaliza o desabafo reforçando que a sociedade deve mudar a forma de pensar em relação as pessoas mais humildes que vivem na comunidade.

“E todos são maravilhosos, cheios de força e talento pra botar pra fora. Falta apenas um olhar. Morador pobre de comunidade não é coitado. Coitados são aqueles que desprezam a vida do outro”

(Foto: Reprodução/Instagram)
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